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Testemunho 2 - Elizabeth Loftus

Enigmático, inexplicável. Esse querer. Meu. Por ele, aquele homem. Mesmo sem ter decifrado seus olhares. Tão severos. Para além da superfície. De censura e raiva. O homem contrariado. Por mim. Talvez por si próprio. Uma sabotagem, um atentado. O seu estado de segurança em risco. Eu até quis. Ele, esse descontrole. Se fosse por um querer dele, aparentado do meu. Mas se chegou a brotar, o homem logo se defendeu, municiado. Armadura, tesoura de jardineiro. Mas com aquelas mãos?... Não. Só se usasse luvas. As da alma, esquecia. Se deixava transbordar a brutalidade. Não só naqueles seus olhares. Dias. Muitos. A minha memória, entediada, tenta recriar. As mãos. Dele. Desocupadas de meus mapeamentos, tarefas de cartógrafo. M as aquele homem e suas mãos esmaecem. Polaroide vencendo. Vou    esquecer. Também o querer. Amarelando, perdendo os contornos. Invento.  Memórias.  Outro dia.  

Testemunho

Muitas pintas e sardas. Uma mancha castanha. Na lateral do corpo, 5cm acima da crista ilíaca direita. Cartográfica, insular. Ele não vê, pouco afeito a mapeamentos. Nela. Naquele corpo sem marcas. De sol. De tinta em provérbios ou hieróglifos. Não. Algumas cicatrizes. Nenhum hematoma. Pena . É o que ela teria achado. Porque gosta da intensidade do desejo. Dele, este homem. Deixando rastros. Provas indiciais. Passíveis de perícia. A sua própria, depois. Durante o banho. Ao ver, lembrar. Ainda que doa um pouco. Ecoa. Do antes. Agora feito percurso de água e mãos. Pena . É o que ela teria dito. A ele. Durante. Mas não há testemunhas. As palavras se perdem. Durante também. Sussurradas. Talvez ele se lembre.  Depois. Um sorriso de olhos fechados e sobrancelhas franzidas. O beijo sugando seu lábio inferior. Dele. Da boca que ela achou tão bonita. Sem chegar a confessar. Não. (quando?) Os elogios, qualificadores de outra ordem. Então e também depois. O homem percorrendo os inter...