sobre patas
Ela dispara. Em direção a outro. Palavras, um pedido de socorro. Mais de escoamento. Sem poder despejar a quem de direito. O desejo. Excessivo, perturbador. Ela dispara. Um tiro, correria. E logo puxa as rédeas, cerrando a embocadura. A sua própria. Aquieta, emudece. Tão cordata, à espera. Dele. Por ele. Ainda sobre as patas. Mansa. Mais na aparência. As rédeas soltas. O dorso sem sela nem montaria. Ela só pisca. E espera. Ainda. Sem tocaia nem plano. De sequestro ou de fuga. Sem cowboy saltando do balcão. Bruto, tão masculino. Ela sem gritos de mocinha, histeria de filha indefesa do xerife. Não. Outros gritos. E se disparou há tão pouco. Fumega. Por dentro. Um pouco ser imaginário. Logo o homem acusa o golpe. Este que só faz crescer a ausência do outro. Atingido, este a