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Just in case
Em julgamento, o réu tem o direito de permanecer calado. Como nos seriados americanos. Sem policial dando a fala de cor. A advertência. O que você disser pode ser usado contra você . Aqui. Na plenária, é o próprio juiz quem instrui. Antes. O réu sentado à sua frente. Como um conselho. Sem camaradagem nem tapinha nas costas. Não. Da loira de salto e tailleur branco sob a toga preta. Da morena de ascendência árabe. Do juiz alto, de cavanhaque, precisando urgente de RPG. De Sua Excelência, tão sério e de óculos, ave de rapina, eterno melhor aluno da classe. Do Meritíssimo de olhar de urso manso, grisalho que não é pelúcia. Não.
a PM platinada
PMs. Muitos. De uniforme cinza. O colete por baixo da camisa. Não é peito de super-herói, mas pode salvar. Mesmo sem santo nem fé. Nunca se sabe. Disparo de arma de fogo não só nas folhas do processo e no relatório da perícia. O corpo da vítima posto no papel. Ângulos de entrada e saída. Cápsulas e disparos. Choque hemorrágico. Um dia. Na plenária, sem aviso. Um outro projétil. Do parente sem consolo. Da viúva sem mansidão nem pensão do INSS. Sentença pouca para tanto sofrimento. Maldito. As contas da justiça não fecham. Tem que fazer. Mesmo que suje as mãos. Maldito. Só assim mesmo. É. A indignação domina. Parente-bicho-fera. A mão vira pata e dispara. Mais um crime. No susto, o choque. Tanto sangue. E medo. E grito. O réu-vítima sem cadeia. Talvez sem chance. O corpo ainda sem laudo. Mas este não é o dia do disparo na plenária. Talvez sem chegar. Nunca. Ainda bem. Para ela. Entre os PMs de cinza, a única mulher. Loira. De cabelos bem curtos. O capricho sob o boné. Platinada. Um po...

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